quarta-feira, 29 de junho de 2011

Palavras Minhas

Palavras que disseste e já não dizes, palavras como um sol que me queimava, olhos loucos de um vento que soprava em olhos que eram meus, e mais felizes. Palavras que disseste e que diziam segredos que eram lentas madrugadas, promessas imperfeitas, murmuradas enquanto os nossos beijos permitiam. Palavras que dizias, sem sentido, sem as quereres, mas só porque eram elas que traziam a calma das estrelas à noite que assomava ao meu ouvido... Palavras que não dizes, nem são tuas, que morreram, que em ti já não existem — que são minhas, só minhas, pois persistem na memória que arrasto pelas ruas.

Pedro Tamen 

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