domingo, 7 de agosto de 2011

Esmalte

No esmalte azul-pálido,
Que é possível em Abril,
Erguiam ramos as bétulas
E um tudo-nada anoiteciam.
Na aguda, breve ramada,
Na teia imóvel - filigrana,
Como em pranto de porcelana,
Rede com precisão traçada -
No vidrado do firmamento
O gentil pintor a urdisse,
Na cônscia força do momento,
No olvido da morte triste.

Ossip Mandelstam, trad. Nina Guerra e Filipe Guerra

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