quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fernando Pessoa na Rua da Madalena

A minha vida cabe dentro do escritório
E na sobreloja da leitaria alentejana
Nada nos meus poemas é provisório
Que escrevo nesta concreta geografia
Rua dos Fanqueiros, da Conceição
Rua da Madalena, dos Douradores
Abel Pereira da Fonseca ao balcão
Aquece o meu peito com os calores
Hoje Ofélia chama-se Inês ou Teresa
Sai às seis e desliga o computador
Cesário Verde aparece de surpresa
Na loja de ferragens fala ao vendedor
No Bairro Alto, no Hospital de S. Luís
O poeta antigo, afinal o mais moderno
É lúcido uma vez mais quando nos diz:
Eu preciso de morrer para ser eterno

Nenhum comentário:

Postar um comentário